Improbidade Administrativa

Eu queria escrever sobre isso já tem algum tempo, mas sempre acontece de um ou outro tema ou post anteceder a este.

Mas hoje resolvi postar logo sobre isso, pois é um asunto que realmente merece toda nossa atenção.

Há algum tempo atrás, estava eu na escola, procurando um tema para um projeto que fosse interessante para os alunos da educação infantil.

Como era mês de abril,não titubiei: Iríamos trabalhar Monteiro Lobato e sua obra e lasquei na reunião da gestão administrativa do colégio todos os meus sonhos projetados com atividades para o mês todo.

Diante da minha alegria e espontaniedade, contagiei a todos, principalmente a diretora que no auge do entusiamso falou assim:-A gente poderia inclusive chamar o Monteito Lobato para dar uma palestra aqui na escola.

Nós, as orientadoreas pedagógicas e educacionais, quase tivemos um infarto fulminante do miocárdio.

Como assim, chamar o Monteiro Lobato?

Uma de nós, conseguiu se restabelecer antes das outras e falou:-Mas o Monteiro Lobato já morreu.

Não satisfeita, a diretora replicou: - Ah é? Coitado! Morreu quando?

Se eu não estivesse lá, se alguém tivesse me contado essa história, eu acharia que era uma piada. De mau gosto, mas ainda assim, uma piada.

Nós nos retiramos da sala da direção profundamente abaladas.

Eu talvez mais do que todas.Afinal, a idéia fora minha.

A partir daquele dia, comecei a procurar uma outra escola pra trabalhar, precisava com urgência retomar uma nova caminhada para mim.

Depois disso, me tornei uma militante quase intolerante de eleição diretas para diretores.

Quando soube que o estado do Rio havia retrocedido nesse campo, fiquei profundamente preocupada, pois as indicações políticas geralmente afundam com o nosso objetivo pedagógico que é educar para todos e todas, com democracia e igualdade.

E os municipios, que ainda não tem um fazer democrático nessa área, geralmente costumam acompanhar o estado em suas decisões, e com esse retrocesso demos vários passos para trás.

Indicação de diretor por vereadores e outras pessoas influentes deveria ser crime, e o governo federal deveria impedir este fato com uma norma e não meramente se lançar de indicativos para esse assunto.

Obviamente essa diretora não demorou muito tempo no cargo, logo a escola ficou livre dessa presença tão nefasta e ridiculamente fora da realidade.

Sei que eleições democráticas na escola, também não são a solução messiânica, porém os profissionais da educação podem conhecer e avaliar os candidatos antes de escolher uma, que por exemplo, ressucite Monteiro Lobato.

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