Repassando  informações sobre crianças indígenas:
Meninos e meninas indígenas  convivem há 517 anos com o descaso, o preconceito, a violação de  direitos e a ausência de políticas públicas.
Infelizmente, a  violação dos direitos dos índios é comum no Brasil. Os problemas vão do  acesso à educação e saúde a questões territoriais e de identidade  cultural. Algumas medidas, como a demarcação de terras indígenas, já  avançaram, garantindo a permanência dos índios em suas terras e evitando  que eles migrem para as cidades. Mas o simples reconhecimento legal das  terras não tem sido suficiente para que esses povos possam exercer e  desfrutar de seus direitos básicos.
As crianças e adolescentes indígenas são os  mais afetados com essa situação, já que estão mais vulneráveis aos  desequilíbrios das condições de vida nas aldeias ou na periferia das  cidades. Sofrem com a fome, a desnutrição e doenças como malária e o  HIV. Isso ocorre, muitas vezes, por falta de informação dos pais ou pelo  convívio nocivo com populações não-indígenas. Esse quadro nega a esses  meninos e meninas oportunidades reais para seu desenvolvimento integral.
Dados do descaso.
Não há muitas informações concretas sobre a  situação da infância e adolescência indígena, o que mostra o descaso  dos diversos setores da sociedade brasileira com o assunto. De acordo  com o UNICEF e o IBGE, vivem no Brasil 286.686 crianças e adolescentes  indígenas. São mais de 225 etnias diferentes. Cerca de 45% desses  meninos e meninas estão em situação de pobreza e metade deles não tem  acesso à água potável. O índice de crianças e adolescentes indígenas  fora da escola também é maior que a média nacional. Cerca de 21% dos  meninos e meninas indígenas entre 7 e 14 anos ainda não têm garantia de  educação. Na população geral esse número é de 5,5%.
É importante lembrar ainda que  as crianças e adolescentes indígenas têm necessidades diferenciadas em  relação às demais crianças. Nas comunidades indígenas as crianças e  adolescentes são considerados muito importantes, pois são eles que  possibilitam a continuidade destes povos. Por isso, falar de meninos e  meninas indígenas é falar da garantia de preservação da cultura de seus  povos.
O que diz a lei.
A Constituição Federal de 1988 definiu que  os índios têm direito à educação bilíngüe, assegurando a utilização de  suas línguas maternas e respeitando a maneira que cada tribo conduz  tradicionalmente os processos de aprendizagem. Contudo, o que se vê  ainda é a tentativa de impor a escola "branca" como a única opção para  esses povos.
Saúde em risco.
As doenças que geralmente  afetam o desenvolvimento de crianças indígenas são infecções  respiratórias agudas, tuberculoses, diarréias e as doenças sexualmente  transmissíveis (DSTs). Os altos índices de ocorrências desses males  estão ligados ao contato com populações não indígenas.
Dados da Coordenação Nacional  de DST e Aids do Ministério da Saúde relatam 53 casos notificados de  Aids na população indígena. Destes, 4% atigem índios na faixa etária de  15 a 19 anos. O problema pode ainda não ter chegado de forma maciça aos  povos indigenas, mas é preciso prevenir e educar essa população para  evitar uma possível epidemia, que pode trazer conseqüências  devastadoras.
Alguns avanços, como o controle da malária  nas aldeias Yanomami, mostram que é possível reverter os riscos das  doenças contando com a ajuda dos próprios índios. Mas a realidade ainda  está longe de ser considerada ideal.
É preciso garantir direitos.
Defender a infância e adolescência indígena  não é uma tarefa fácil. Faltam políticas públicas específicas voltadas  para esse público e a sociedade geralmente fecha os olhos para o  problema. Os Conselhos Tutelares e Conselhos de Direitos, por exemplo,  só agora se deram conta da importância desse trabalho. Em junho, uma  resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente  (Conanda) definiu com mais clareza como esses órgãos devem agir em caso  de violação de direitos da criança indígena. Fica valendo o que diz o  Estatuto da Criança e do Adolescente, desde que as diferenças  socioculturais da comunidade indígena sejam respeitadas.
America Ungaretti
Oficial de Programas do UNICEF
Números da situação indígena:
71% das crianças e adolescentes indígenas vivem em  situação de pobreza.
50%  deles não têm acesso à água tratada.
21% dos meninos e meninas indígenas entre 7 e 14  anos estão fora da escola.
13% das crianças e adolescentes indígenas trabalham.
13% das crianças e adolescentes indígenas trabalham.
Fonte:
 Enviado por Denise  Guerra 
Musicoterapeuta, Profª Educação Física, Esp.  Psicomotricidade, Esp. Cultura Africana e Afro-Brasileira.
*BLOGS:
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http://ecosdaculturapopular.blogspot.com
*REVISTA  África e Africanidades– Coluna Corpo: Som e Movimento:
http://www.africaeafricanidades.com
 
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