A Escola, o Multiculturalismo e a Interdisciplinaridade

A escola de hoje deve procurar organizar no seu Projeto Político Pedagógico, a intenção de desenvolver o currículo de forma integrada, de maneira que os conteúdos, mesmo que ainda organizados em disciplinas, sejam abordados por temas nas diversas disciplinas, as quais por sua vez, se mantêm articuladas com a intenção de que o conhecimento construído pelos educandos venha a ajudá-los na análise, interpretação, compreensão e problematização dos fatos e dos fenômenos da realidade complexa em que vivem.

Os conteúdos específicos referentes a cada disciplina são considerados como formas de se desenvolver, nos educandos, competências e habilidades que são desenvolvidas e consolidadas, por processos de ensino-aprendizagem caracterizados pelo diálogo entre temas e conteúdos de uma mesma disciplina, assim como entre as diversas disciplinas entre si.
Atualmente, vivemos numa sociedade que é caracterizada pela sua complexidade, e a escola é o local onde os fenômenos sociais e as diversas maneiras e concepções de vida social são trabalhados, analisados e discutidos nas diferentes disciplinas.
Desse modo, o educador de infância vê-se diante de diferentes desafios, entre os quais, o de encontrar o meio termo entre o desafio à lógica disciplinar e a sistematização dos conteúdos. É necessário o diálogo entre as disciplinas, na construção dessa realidade.

A interdisciplinaridade deve reconhecer o domínio de cada área.
Ela deve propiciar as condições necessárias para a coexistência de um diálogo entre as disciplinas.
Tem a finalidade de estabelecer uma relação que leve o educando a compreender, processar, pensar, criticar e incorporar os diferentes conteúdos e as ligações entre as disciplinas, permitindo-lhe uma construção coerente e lógica dos conhecimentos adquiridos nas diferentes áreas.
O currículo da escola, deve trabalhar em prol da formação de identidades abertas a esta pluralidade cultural, desafiadoras de preconceitos, numa perspectiva de educação para a cidadania, para a paz, para a ética nas relações interpessoais, para a crítica às desigualdades sociais e culturais. Para dar conta da formação do cidadão do século XXI, a escola deve estar comprometida em propiciar, através de diversas linguagens, a construção do saber, do conhecimento, preparando o educando para a transformação do mundo. Pela convivência com as diversas manifestações culturais, impregnadas de crenças, costumes e valores, espera-se que cada indivíduo passe a reconhecer e respeitar o direito do outro à diversidade.
É necessário que o educador reconheça que a humanidade caracteriza-se pela produção da linguagem como sistema simbólico, que torna possível a construção de referências culturais, o desenvolvimento cognitivo e a formação e circulação de valores; que as diversas formas de expressão dos educandos devem ser respeitadas, em função da sua história de vida.
É necessário que o educador perceba os educandos como cidadãos de hoje, indivíduos que participam num mundo social, do qual a escola representa apenas uma de suas instâncias. Isso envolve respeitar as suas experiências de vida, a sua linguagem e os seus valores culturais, pois não existem conhecimentos que sejam melhores ou mais legítimos do que outros.
Não cabe à escola, desqualificar ou ignorar essas experiências, e sim tentar incorporá-las, a fim de que o educando perceba uma articulação da vida social com seu quotidiano. Ao dar liberdade de expressão aos educandos, a escola permite que estes sejam encorajados a actuar criticamente em outras instâncias do mundo social.
A postura ética e crítica do indivíduo abarca a assimilação e reconstrução dos conceitos, da cultura e do conhecimento público da comunidade social no qual o educando está inserido. A escola deve desenvolver no educando a capacidade de expressar e comunicar as suas ideias, participar e interpretar as produções culturais, intervir pelo uso do pensamento lógico, da criatividade e da análise crítica.
Este processo é viabilizado pelas disciplinas que propiciam ao educando o seu crescimento como cidadão consciente e crítico, como inserção social, política e compromisso histórico, além do exercício quotidiano dos seus direitos, deveres, atitudes, condutas, como uma atitude de respeito às diversidades e autoconfiança.

Webgrafia: http://sitededicas.uol.com.br/jardim dos pequeninos

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